Durante o
cerco a Tróia, Agamémnon, comandante das tropas gregas, quis para si a bela
Briseide que calhara em prémio a Aquiles. Este, desonrado, tomou a decisão
irrevogável de abandonar o cerco e a batalha. Agamémnon, aflito com o assédio
dos troianos, tudo prometeu a Aquiles, até Briseide, mas Aquiles manteve a sua
decisão irrevogável e se o amor da pátria não foi suficiente para não tomar
aquela decisão, não seria suficiente para a demover.
Quando
Pátroclo, amigo de Aquiles, morre às mãos de Heitor, comandante dos troianos,
Aquiles decide voltar à batalha para vingar aquele que era para si como um
irmão e a quem amava mais que tudo. A decisão irrevogável deixou de o ser
quando estava em causa a perda de um ente querido que impunha uma vingança
honrosa por amor.
As decisões
irrevogáveis tomavam-se pela desonra sofrida e se demoviam pelo amor de um
amigo. Aquiles, Pátroclo e Heitor morreram nos campos de Tróia, mas Agamémnon
regressou, e os seus discípulos continuam a mover-se pela arrogância, vaidade e
cupidez.
Vil tristeza
esta onde já nem os olhos de uma mulher ou o amor de um amigo motivam as
decisões irrevogáveis…
Imagem: Detalhe de Aquiles
na corte do rei Lycomedes. Trabalho romano em mármore. (Museu do Louvre).
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