sexta-feira, 3 de julho de 2015

FALAR DA GRÉCIA


Pediram-me para falar da Grécia. Que sei eu de finanças e de economia para falar da Grécia? Lembrei-me de Saramago, que era um excelente escritor (ganhou um Nobel), mas um péssimo leitor: disse que a Bíblia era um manual de maus costumes. Ou Saramago não leu a Bíblia ou não soube lê-la. Ora vejam se o falar da Grécia não seria um pouco diferente se lêssemos o que diz este pequeno trecho do capítulo 15 do livro do Deuteronómio. Bem sei que o Antigo Testamento, ao contrário do Novo, não foi escrito em grego, mas serve:

Deuteronómio, capítulo15: Ano do perdão das dívidas 1«De sete em sete anos, cumprirás a lei do perdão das dívidas. 2Eis a explicação deste perdão: nenhum credor poderá exigir o empréstimo que tiver feito ao seu próximo. Não exercerá contra o seu próximo e contra o seu irmão violência alguma, quando for anunciada a remissão em honra do SENHOR. 3Ao estrangeiro poderás exigir, mas quanto às dívidas do teu irmão farás a remissão.
4Em verdade, não deve haver pobres entre vós, porque o SENHOR te abençoará na terra que Ele próprio te há-de dar em herança para a possuíres; 5mas só se ouvires a voz do SENHOR, teu Deus, para guardares e cumprires todos estes preceitos que eu hoje te ordeno. 6Então o SENHOR, teu Deus, te abençoará como prometeu: poderás emprestar a muitos povos, mas não terás necessidade de pedir emprestado; dominarás muitos povos, mas eles não te dominarão.
7Se houver junto de ti um indigente entre os teus irmãos, numa das tuas cidades, na terra que o SENHOR, teu Deus, te há-de dar, não endurecerás o teu coração e não fecharás a tua mão ao irmão necessitado. 8Abre-lhe a tua mão, empresta-lhe sob penhor, de acordo com a sua necessidade, aquilo que lhe faltar. 9Guarda-te de alimentar no teu coração um pensamento perverso, dizendo: ‘O sétimo ano, o ano do perdão das dívidas, está próximo’, recusando-te sem piedade a socorrer o teu irmão necessitado. Ele clamaria ao SENHOR contra ti, e aquilo tornar-se-ia para ti um pecado.

Afinal falei do Saramago e da Bíblia. Falo agora da tropa. Quando lá andei ensinaram-me que ou chegamos todos juntos, ou não chega nenhum. Não se deixam os companheiros pelo caminho e não se diz: eram 19, ficam 18!
Falei da Grécia? Talvez!

2 comentários:

  1. A Grécia é como uma daquelas cerâmicas familiares que quer crescer e fica no dilema de continuar a apostar nos produtos antigos, em produtos modernos ou em ambos. Mas em vez de fazer um estudo ao mercado deixa-se ficar pelas opiniões ditas na taberna da aldeia, aquelas pensadas ao sabor do tempo.

    Haja quem parta a loiça toda, que para apanhar os cacos estamos cá nós.

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