terça-feira, 9 de julho de 2013

DECISÕES IRREVOGÁVEIS

 
 

Durante o cerco a Tróia, Agamémnon, comandante das tropas gregas, quis para si a bela Briseide que calhara em prémio a Aquiles. Este, desonrado, tomou a decisão irrevogável de abandonar o cerco e a batalha. Agamémnon, aflito com o assédio dos troianos, tudo prometeu a Aquiles, até Briseide, mas Aquiles manteve a sua decisão irrevogável e se o amor da pátria não foi suficiente para não tomar aquela decisão, não seria suficiente para a demover.
Quando Pátroclo, amigo de Aquiles, morre às mãos de Heitor, comandante dos troianos, Aquiles decide voltar à batalha para vingar aquele que era para si como um irmão e a quem amava mais que tudo. A decisão irrevogável deixou de o ser quando estava em causa a perda de um ente querido que impunha uma vingança honrosa por amor.
As decisões irrevogáveis tomavam-se pela desonra sofrida e se demoviam pelo amor de um amigo. Aquiles, Pátroclo e Heitor morreram nos campos de Tróia, mas Agamémnon regressou, e os seus discípulos continuam a mover-se pela arrogância, vaidade e cupidez.
Vil tristeza esta onde já nem os olhos de uma mulher ou o amor de um amigo motivam as decisões irrevogáveis…
 

Imagem: Detalhe de Aquiles na corte do rei Lycomedes. Trabalho romano em mármore. (Museu do Louvre).


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