Há dias
ouvi uma explicação muito interessante para a razão de ter a Igreja colado a
festa de São João ao Solstício de verão e a festa do Natal ao solstício de
Inverno. Já se sabe que ambos os solstícios se celebravam pelo paganismo, e
antes do Cristianismo, daí a popularidade destas festas.
O Natal
ficou colado ao solstício de Inverno porque era a festa dedicada ao deus Sol Invicto,
quando a Luz vence as trevas e o Sol começa a subir no horizonte e os dias a crescer.
Ao contrário, o Solstício de Verão marca o momento em que o Sol atinge o seu
auge para começar a descer no horizonte e os dias a diminuir, até que chegue,
de novo, o Natal.
No extraordinário
Evangelho de João (não o Baptista de que se celebra hoje, mas o evangelista),
no capítulo 3, versículos 28 e 30, pode ler-se o que João Baptista afirmou: “Eu
não sou o Cristo, mas sou o enviado à frente dele… Ele tem de crescer; e, eu,
de diminuir”. Por isso o São João calha no solstício de verão para que comece a
diminuir, para que depois Cristo possa crescer, quando “nascer” pelo solstício
de Inverno.
A sabedoria
da Igreja que tão bem sincretizou o mundo antigo com o mundo novo dos valores
cristãos, é um exemplo para a nossa modernidade que se passeia na espuma dos
dias como se não tivesse memória.
Viva o São
João com o seu alho porro fálico (agora é martelinhos), mais a paixão da
fogueira noturna, sensualidade e o erotismo que nos distingue dos demais
animais, logo acalmada pelo orvalho matinal, simbolizado nas águas das
cascatas, a lembrar o final orgástico, para que os casamentos sejam alegres,
felizes e fecundos, e prazerosos, já agora!
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