Después de conocer el Ejército que cuida de Tancos, si el
índice Global de Paz 2018 no le da el primer premio a Portugal, será una
injusticia de armas tomar.
Javier Martin no El País de 4/07/2017
Na casa
da minha infância havia um cão aparentemente dócil. A quem entrasse pelo portão
o Piloto lá estava para o receber com meiguice, o pior era sair. O Piloto
rodava e rosnava à volta do penetra até que chegasse alguém da casa e ordenasse
ao cão que o deixasse sair.
Veio-me à
lembrança o cão da minha infância a propósito deste texto do El País sobre o roubo do paiol de
Tancos. Deve o Sr. Embaixador informar o diretor daquele prestigiado jornal que
é sempre assim em Portugal. O trabalho é sempre bem feito e sem desleixo, que
Portugal é um país europeu e, como muito bem dizem, pacífico e sem tiros, que
até informa os ladrões através do Diário da República que não devem entrar, nem
sair, pelo lado oeste.
Quem fez
o trabalho fê-lo limpinho, até com direito a manobras de diversão no dia do
assalto (se é que o assalto se deu naquele dia, e se foi tudo roubado de uma só
vez, if you know what I mean) e no
dia seguinte, quando se pretendeu que havia bandidos a fazer disparos de dentro
de uma mata, como se ali houvesse “áreas libertadas” como na guerra colonial.
O que
faltou no paiol de Tancos foi um cão igual ao da minha infância, que eles
entrar até podiam, qualquer que fosse o ponto cardeal, agora sair é que era
mais complicado. Tirem o exemplo do nº 10 de Downing street, que paga a um gato
para livrar os ministros ingleses de ratos e ratazanas. Daqui se conclui que a culpa
ou é do Diário da República ou dos governos, principalmente do anterior, como
disse o camarada Jerónimo, que impuseram ao povo português e às Forças Armadas,
a mando dos malandros da União Europeia, restrições que nos deixaram só no
osso.
E por
falar em osso, se depois de pagos os ordenados não havia dinheiro para a ração,
não serviriam os ossos para manterem um cão como o Piloto da minha infância?
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